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O causo do tamanduá-bandeira - RGM-18119-20140121

(Data do Envio: 21/01/2014)

Autor: Rafael Daltro

Letra:
O causo do tamanduá-bandeira
Rafael Daltro

Não teve briga
Mas foi muita choradeira
Dizia a formiga
Pra arara faladeira

Esta tinha uma amiga
A maritaca fofoqueira
Que espalhou toda desdita
Do tamanduá-bandeira

O tal tamanduá
Apaixonado por uma minhoca
Pulava mais que índio na oca
Picado por surucucu

Só não sabia que um boato
De traição bem sorrateira
Corria da Serra da Mantiqueira
Até o alto Xingu

Dizem que foi a cobra
Rastejante e perigosa
Quem jogou o veneno
Em dois dedos de prosa:

- Vi a minhoca na toca do tatu...
Vi a minhoca na toca do tatu...

O tolo acreditou
Perdeu a razão
E, por ter muita vergonha
Passou a fuçar o chão

A minhoca tentou, em vão
Explicar ao seu amor:
- Me enfiei naquelas terras
Por causa de um pescador

- Se ele me pegasse
Às margens da ribeira
Virava isca pra peixe
E aí, adeus, tamanduá-bandeira!

Por isso, hoje em dia
Na mata a prudência dobra
Ninguém escuta um lado só
Nem dá ouvido à cobra